Eu, diminutivo de mim mesmo, pequena parte do todo.
Recorte metonímico, refiro a mim pela metade.
Engrandeço o fracasso não experimentado, destaco a frustração potencial do engodo,
Me apresento como quem não ganha, mas sem dizer que perco de verdade.
Tento a todo custo, tomando cuidado para conseguir me afogar no lodo.
Chego no limite, desafio-o, trapaceio. Ganho sem ter do vencedor a autoridade.
Me orgulho da perda, enalteço o sacrifício e exercito o incômodo.
Mas no fundo, só não quero perder ou ganhar como qualquer um, sem iniquidade.
Quero a lama na cara e os louros da guerra, mesmo aquela em que me explodo:
Para o soldado ferido, que se levantem monumentos!
Para os desejos por mim evitados, que escutem os meus lamentos!
Acho que nada sou ao invés de ter certeza.
Mais fácil seria crer que até o esgoto tem sua beleza.
Não posso evitar, engulo minha ânsia por ganhar enquanto jogo dados por azar, sem saber que resultado vai dar.
domingo, 18 de junho de 2023
"Are you hiding away, lost, under the sewers?"
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