segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Cores


Sou chama que inflama a pele,

Sou onda que rebenta no cais,

Sou raiva que rasga e repele,

No fim, sou o início do “nunca mais”.

 

A cada tempo que toca (agonia)

Me sinto mais sedento e mais voraz.

Ah, se ao menos eu soubesse o que viria...

Sentado, não esperaria pelos presentes angelicais.

 

Sou simples, sou sutil,

Só nos sonhos alcanço a paz.

Lá reino a ruína de um país vil.

Tonto pela possibilidade do eterno ser capaz.

 

Mas acordo com a corda no pescoço.

Cai o castelo de horas atrás.

A rima retorna pro esboço.

Então, aquele que sou já não sou mais...

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